sexta-feira, janeiro 25, 2008

ATUM no forno, Dicas e Desenhos Novos

A A.T.U.M. n° 2 está no forno. Esperamos ter o fanzine pronto para a época da quaresma que é quando todo mundo desfruta de um bom peixe :D

É trabalhoso. Cada desenhista faz de um jeito, mas a confecção de uma história em quadrinhos leva três etapas: o roteiro, o desenho e arte final. Parece simples, mas é uma trabalheira em cada uma delas, tanto que as vezes há um profissional para cada.

Eu desenvolvo um roteiro com o desenrolar da história. Primeiramente o roteiro está na cabeça, vou guardando as idéias que tive ou anotanto-as. O roteiro no papel mesmo é para ver como a história funciona. Nele se decidem divisão de quadrinhos por páginas, composição visual, de letreiramento. Enfim, como a história fluirá. Geralmente nessa parte, faço um roteiro rabiscadão com desenhos bem pequenos. Não precisa ter nenhum detalhamento. Na verdade, me impressiono como o meu roteiro é rabiscado. Sempre fico com a idéia de fazer um roteiro mais legalzinho, tipo sketchbook de filme. Mas acabo constatando que em poucas linhas eu consegui traduzir bem a emoção que queria passar para um personagem e acabo pulando essa parte de maiores detalhes. Mas tenho a impressão de que só eu posso entender os meus roteiros. Vejam aí.

O desenho é feito em três etapas: primeiro é delimitar os quadrinhos de cada página e ver como aquela colocação de personagens e cenários imaginada no roteiro vai ficar no papel. É o tempo de recolher todas as referências que serão utilizadas: cenários de cidades, anatomia de equipamentos, posição de personagens. Vale copiar. Eu copio pra caramba. Os cenários de Belo Horizonte, NY e Tóquio na ATUM n°1 foram cópias. A fantasia vaca sagrada é parecida com a de Vaca Misteriosa do Bone de Jeff Smith, propositalmente, uma discreta homenagem a um quadrinho legal pra caramba. Não se preocupe com as cópias, vão sair no seu traço e fica original. E referência é sempre legal, ajuda na identificação das pessoas. Essa primeira etapa não é o desenho em si. É tudo muito rabiscadão, economizado para não se perder tempo fazendo uma arquitetura mais detalhada, por exemplo. Ou pontos de fuga, que requerem paciência maior. A segunda etapa do desenho é reforçar e desenhar pra valer. Já preparando a versão definitiva, hora de caprichar. A Terceira etapa (essa é uma técnica particular) é desmanchar tudo com limpa-tipos. O traço fica bem clarinho por trás.

A Arte final é desenhar sobre o que foi desmanchado. Isso serve para que a folha fique limpa e fique no papel apenas o nanquim e caneta (sem lápis). Alguns deixam o lápis bem fraco, ou usam o lápis azul, daí na hora da arte final não há problema de sujeira. Mas o efeito é quase o mesmo. A arte final é muitas vezes a etapa mais demorada. Requer cuidado para não errar e verificar prenchimentos que de fato funcionem. O letreiramento é meio a parte, tem de estar previsto desde o roteiro onde os balões vão ficar. A primeira marcação à lápis serve também para isso. As folhas vão para o scanner. Lá recebem o tratamento para conservarem o máximo possível da qualidade do original (ainda apanho com essas técnicas e com meu scanner flash stragator). As letras e balões são dessa etapa.

Depois a edição, dá um trabalhinho. Mesmo a tosca que fizemos. Mandar pra gráfica e correr pro Abraço!

O plano é sair em fevereiro. Acho que vou deixar o blog um pouco desatualizado nesse meio tempo. Seguem mais alguns desenhos meus para diversão e entretenimento:


Olha só, Tina Modotti fotógrafa italiana, ativista política de esquerda, atriz de hollywood, mulher intrigante que esbanjou sensualidade em sua famosa foto nua, contestadora para época (há um quadrinho sobre ela). E achei uma história sobre a personagem em Italiano. Fica aí de referência, não intencional, para a Tina da ATUM:



Um desenho do Sherlock Homes e o cachorro xereta (podia ter colocado o chapeuzinho no cachorro também mas só lembrei depois):
Uma Aquerela Livre, só escalas de cinza. Morcego na árvore:

Mais um do Motoboy e da Motoboa. Do caderno de rascunho:

Pra finalizar um cartum em aquarela escala cinza, que tem como tema dependência dos computadores. Mais moderno ;) Fiz também em um traço e desenho que deixam com cara de anos 90 e 2000:
Seguem dicas de site. Procurando referência sobre a Praça Sete de Setembro, econtrei essas: Veja como era nos anos 40 tinha bem mais árvores:

http://www.casamineira.com.br/bh_antiga/

Ah! e por ocasião do aniversário da antiga São Paulo, 454 anos, desenhos de Paulo Stocker sobre a cidade

Algumas caracterizações para a ATUM n°2 vou tirar desse excelente desenho aqui:

http://www.sonyclassics.com/triplets/#

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