segunda-feira, novembro 12, 2007

E porque não falar de Sexo?!

Calma! Não sou eu quem vai falar de sexo. Deixo falar por mim uma desenhista nascida nos anos 80 que descobri a partir de uma referência indireta e cuja a obra principal comprei nesse fim de semana.

Bom, como o povo que lê meu blog já deve estar sabendo, em Outubro tivemos o Festival Internacional de Quadrinhos de BH. Fuçando o site do evento fiquei interessado em saber quem organizava. São vários organizadores, esse ano, com a temática do Japão, por exemplo, tivemos a Fundação Japão e o consulado japonês aqui de BH, além da Prefeitura, patrocinadores e etc... Porém o organizador comum à todas as edições é a Editora Casa 21. Chamou me atenção: os trabalhos da editora são poucos, mas bons. Um deles é a série ilustrada para as capitais brasileiras: Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém e Ouro Preto (que não é capital mas já foi). Rio de Janeiro é inclusive a cidade sede da editora e o trabalho sobre a cidade maravilhosa são os famosos cartuns do francês Jano. A imprensa falou muito bem desse trabalho na ocasião de seu lançamento em 2003 (não me lembro exatamente).


Enfim, o trabalho que me chamou atenção não foram estes, que aliás eu já conhecia, mas sim o da Aurélia Aurita: "Morango e Chocolate". A princípio, a julgar pelo nome, achei que se tratava de uma autora brasileira, mas na FIQ, junto da ala do Japão havia uns desenhos dela e vi que é uma desenhista sino-francesa na verdade. Deveras interessante! Porém, ainda mais interessante do que a autora é a obra em si. Aos leitores e leitoras maiores de 18 e que não possuem maiores pudores recomendo "Morango e Chocolate" fortemente! Esse trecho do epílogo foi a passagem que mais gostei. Acho que é um bom resumo das relações e de como algumas pessoas as vêem, o melhor trecho e sobre como é necessário fugir das reduções maniqueístas.

O livro é sobre uma daquelas fases de um casal que, com sorte, só ocorre uma vez em toda uma vida. É sobre quando você encontra a pessoa certa, aquela que possa te entender também na intimidade. Se você é um(a) sortudo(a) no amor, conseguirá umas três fases desta ao longo da vida. E, infelizmente, pode-se passar a vida inteira sem que ela ocorra. O livro me lembrou um clássico da literatura oriental: "Uma Questão Pessoal" do Kenzaburo Oe, onde também no Japão, o autor narra tórridos amores à quatro paredes. Engraçado as duas histórias se passarem em uma sociedade tão recatada como a do Japão, talvez não seja tanto, ou talvez haja algum efeito benéfico naquele país, já que se sabe que no Japão não há a culpa cristã que temos por cá.

Deixo com vocês a autora no trecho que gostei. Peço desculpas pela qualidade do meu scanner, já é difícil scannear livros, quanto mais quando o aparelho não ajuda, o resultado fica precário. Mas espero que sirva para divulgação.

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