A começar com uma observação óbvia endereçada aos que ficam chorando a falta de mercado e pedindo proteção. Não tem que ter proteção nem reserva de mercado coisa nenhuma o lance é perceber como as coisas caminham e como a mente da maioria dos quadrinistas é embotada.
As mesmas pessoas que reclamam dos problemas de mercado no Brasil e blá, blá, blá, são as que menos compram revistas. "Pô, eu compro revista para caralho!". Acho que os outros fãs de quadrinhos deviam fazer o mesmo. E compro coisa diferente, fora do mercadão e acho saudável diversificar dessa forma, cultura é feita para a diversificação... Mas daí chego para outros fanzineiros e pergunto: "E aí cara, topa trocar um fanzine?!" E o cara fica de nhém, nhém, nhém, diz que não, blá, blá, blá... Eu até entendo a situação de vários quadrinistas, se deslocaram de suas cidades para participar aqui em BH, a maioria deve ter pago a viagem do próprio bolso, mas ouvi esse lance de fanzineiro daqui da capital mineira. Pô qualé?! salto alto?! "Fuck", mostre o dedo pra essa galera!!! Se você não compra, como esperar que os outros comprem de vc?! Vá se fu... pra esse pessoal.
o quadrinho norte-americano jabá batidão, o mangá, a banda desenhada européia e o americano bom.
É só ver,
Pq que Alan Moore é fera? Quem não se divertiu lendo Watchmen, V de Vingança e outros clássicos, e olha que vc pode até não gostar, mas tem qualidade. Neil Gaiman e Frank Miller são outros feras, mas assim também o foram Stan Lee, Jack Kirby, McCay. Os quadrinhos americanos explodem de coisa boa. E podemos sair do circuitão: temos Dan Clowes, Will Eisner, Harvey Peaker, Bob Crumb, Joe Sacco, McCloud, Terry Moore, uma infinidade de caras que admiro e outros que ainda nem conheço (pena não haver nenhuma mulher na lista ainda).
E no lado do quadrinho Europeu?
Temos o Hergè, o Gradmir Smudja, Gosciny e Uderzo, Franquin, Hugo Pratt, Crepax, José Carlos Fernandes, Sokal, Silvestri e dezenas de outros que não me vêm à cabeça agora.
Manga não é minha praia, mas Tesuka é fera, o que não dizer de Koike e Kojima, Miyazaqui é Deus (se compara a um Will Eisner no lado ocidental), Shirow, Otomo ..., e olha que nem gosto tanto do AKIRA, mas tenho de dar o braço a torcer que é excelente.
Todos esses quadrinistas poderiam disputar à tapa a colocação na ponta daquele breve ranking geral que fiz acima. Não preciso mencionar os jabazões americanos que estão na rabeira da lista, mas se quiser achar um vá a uma grande loja e compre qualquer coisa que tiver bastante das cores roxo, rosa-choque, verde-limão, ou alguma vairiação disso, portanto, qualquer coisa que pareça uma alegoria da Mangueira. Porém no carnaval va lá essas cores, mas o ano inteiro desse jabá.
Já lá fora da Serraria, topamos com o pessoal da dita revista, não levaram a ATUM mas foram, de todo modo, simpáticos.
E se é pra mencionar uma mulher desenhista fico com a argentina Maitena das engraçadas tirinhas do Mulheres Alteradas. Bom, se teve uma coisa que tivemos hoje foi a cara dura. Conversei rapidamente em portunhol com o Mandrafina em um papo que não deixou de ser interessante.
O lance é não grilar. A gente fica muito envolvido com esse troço de vender, mas o importante mesmo, e o que queremos de verdade é divulgar, não é atoa que entregamos altos fanzines de graça, já foram bem uns 15, posso conferir as contas aqui pois estamos anotando tudo na ponta do lápis.
Ah sim! O pessoal de fanzine deve comprar pouco também porque eles provavelmente não possuem a prática e experiência de adotar duas caixas separadas para situções diferentes, existe a caixa de empresa e a caixa pessoal. O que eu compro em HQ não é o que eu estou obtendo em vendas, estou adotando a saudável prática de separar a grana que é minha da que é do nosso Fanzine! Depois de zerado o estoque é que vamos repartir os lucros, daí decido se compro mais ou não revistas. Fanzineiro, faça isso! Vc vai ver como ajuda. :)
Nem sei se vai haver uma ATUM n° 2, o que importa é colocar algo novo, nosso zine tem proposta, é um universo que já bolo há uns 2 anos. Aliás, o Profissão Repórter de hoje teve um pouco a ver com a ATUM, foi sobre a história de pessoas que ralam de verdade. É mais ou menos a história do Edu Caray, da Tina Tilanga, da Silvinha, do Motoboy (teve um programa dos motoboys também), todos personagens do zine. Por falar nisso, Caco Barcelos é 'o' Jornalista, recomendo bastante seu livro Rota 66!
Sem mais delongas, para mim o saldo das experiências é extremamente positivo. A Sonia Luyten comprou um zine e elogiou, muito simpática.
Falou galera até amanhã!
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