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sábado, outubro 17, 2009

Sétimo Dia: último

O sétimo dia foi último e o que mais deu pra aproveitar para puxar conversa com os demais quadrinhistas. Após esse evento percebi que há dois níveis de participação nesse evento, um é daquele que o vive, ou seja o que vai lá, reporta, enche patricamente todas as palestras e mesas e vê com detlhalhes as exposições e programação. Até então eu só havia participado dessa primeira forma, mas nesse participei no nível daqueles que fazem o evento, ou seja, estão no outro lado da trincheira, batalhando para expor o trabalho. Bom, é muito difícil conciliar esses dois níveis, nessa última edição não participei tanto quanto gostaria do lado de 'assistidor' e comentarista, mas estar com uma banca foi uma forma de participação que muito me agradou.

De todo modo fiquei pensando se é assim que eu quero aproveitar as próximas edições. Eu realmente gosto de assistir as mesas e até teorizar, gostaria até de participar como palestrante ou mediador, algo assim. Como expositor em stand, foi legal, mas não sei se exatamente a minha praia. É muito bom poder curtir e ninguém melhor do que nós mesmos para divulgar nosso trabalho, mas creio que já no sétimo dia eu não estava fazendo esforço para que os passantes notassem o zine A.T.U.M. desenhei bem mais do que nos outros dias. E se as pessoas passavam e não vinham ver, não liguei muito...

Foi bom também, apareceram amigos para dar uma visitada por lá e mostrar trabalhos e comentar sobre o que estavamos expondo. O amigo Carlos Henrique que é um caricaturista de mão cheia e teve o trabalho selecionado no 1º Salão de Humor de Belo Horizonte. Também me chamou atenção um trabalho deixado dias antes pelo Camilo de Caratinga: "O novo Humor de Minas", muito interessante com trabalhos interessantes do tradicional, mas agora um pouco ralo humor mineiro.

O que me puxa uma conversa que tive com o Ricardo Luiz Ferreira no final daquela tarde, um desenho que remete ao antigo humor de Henfil e companhia. Ricardo, deixo aqui minhas palavras de incentivo ao seus desenhos. O blog do Ricardo está linkado aí acima e nos links desta página, e os desenhos ao lado são dele.

Em um evento de quadrinhos desse porte, nós cartunistas nos sentimos até um pouco diminuidos. Depois de ver a obra de arte dos chineses que postei abaixo e ver os desenhos simples de poucas linhas dos cartuns, nos dá um pouco de vergonha vira-lata na qual dizemos para nós mesmos que não sabemos desenhar. Mas no fundo sabemos que não se trata disso, os cartuns irão dar uma revirada.

Os cartunistas que representaram a categoria no evento estavam, Duke, Adão Iturrusgarai, Liniers e o mestre Canini. Além de outros interessantes que participaram. Alguns da revistas dependentes são bem cartunescos por exemplo.

A A.T.U.M. é cartum e até rima, mas é um cartum com fôlego de quadrinho e não de apenas uma piada. Por falar nela até que vendemos bem, estou conferindo aqui nosso estoque, esgotamos as 50 Atuns nº, sobraram apenas 3 das 53 nº 2 e 48 das 82 A.T.U.M. nº3. Aos amigos que procuraram pela quarto e último exemplar aguardem um pouco para que a saga de Edu Caray se feche.

Os colegas de stand venderam todos muito bem, deixo aqui meus agradecimentos ao Oliver Borges e Washington Filho, que vieram direto de Salvador para prestigiar o evento em Belo Horizonte e sem os quais o stand de "Quadrinhos Alternativos" não teria se segurado devido ao inúmeros furos e emprevistos que nos ocorreram nos horários. Sem falar na visibilidade e qualidade do trabalho. Foi incontável o número de visitantes que chegaram principalmente para ver o aurora.

Agradeço ao Dola, pelo entusiasmo e engajamento, creio que era o nosso mais talentoso e inteligente vendedor, Dola vendia bem até o trabalhos dos colegas, se bobear ele venderia bem até trabalhos das bancas concorrentes, hehehe.. O KHneira zine fez um combo imbatível em tosqueira junto com o A.T.U.M.

Ao Danilo Aroeira que colaborou em muito para atrair atenção graças a qualidade e profissionalismo de seus desenhos e a qualidade das caricaturas e desenhos feitos na hora, que atraiam grande atenção do público. Além de ter nos presenteado com experiência de ter participado da edição anterior do evento.

Agradeço ao Rafael Senra que chegou na quarta, mas deixou conosco o excelente zine Ana Crônica, o qual eu li e achei bem legal. Legal também o espírito desprendido do Rafael, ele quase não ficou lá no stand, o que estivesse vendido era lucro quase igual ao de um sincero agradecimento. Se mostrou surpreso com as 17 vendas até domingo a noite. E olha que depois vendemos uns 3 a 5 Ana Crônicas (lembre-nos disso Rafael).


No mais, agradeço ao Wellington Santos do fanzine vulto que desde o começo demonstrou o interesse em participar, mesmo com as limitações do trampo e de morar longe. E foi o cara que mais trouxe fanzines na conta certa: "15 pacotes com as 3 edições de O Vulto". Venderam-se todos! Para ser exato, parece que um pacote foi perdido, o que é culpa nossa pela desatenção. O Leandro, também da A.T.U.M. merece todos os agradecimentos que mesmo com todos os percalços, pôde participar conosco e levantar nossa banca, com altos desenhos e caricaturas (Pô, tenho de lembrar o Leandro de tentar fazer umas caricaturas minhas onde eu esteja mais bonito, assim, ninguém vai querer autógrafo e é possível que até minha namorada desista por conta de tamanha feiúra). Agradeço também à Dandara Palankof que é amiga de um seleto grupo de discussão na internet sobre quadrinhos e demais assuntos: o Geek Ones (agora denominado Modinhas). A Dandara fez uma ótima cobertura para o site eletrônico da revista Zé Pereira. Valeu a todos, aos amigos e familiares que vieram nos prestigiar.

Sexto Dia: um domingo no parque.

O domingo teve muito movimento em nosso stand. O curioso é que eramos um dos poucos stand fazendo caricaturas. O pessoal da casa dos quadrinhos estava fazendo algumas demosntrações. Mas o nosso preço era bem em conta, R$ 5,00 reais, e a proposta era do Danilo, que curte mais esse exercício e tem mais a manhã com caricatura. Acontece que no domingo o Danilo não pode ir e muitas das pessoas que vinham do parque estavam bastante interessadas nos desenhos e perguntavam a toda hora se o rapaz das caricaturas não iria chegar.

Eu e o Dola, ficavamos lá dando as resposas negativas. Teve um momento em que cansado de dar respostas negativas decidi que eu poderia atender aos pedidos. Comecei fazendo desenhos realistas, não propriamente caricaturas. Mas teve algumas versões em quadrinhos e até uma em Mangá, que gostei bastante de ter desenhado.

Apesar de ser um bom exercício de observação, não acho muito bacana fazer caricaturas pois é uma responsabilidade e chegou um momento onde a coisa estava virando uma linha de produção.

Mas havia um aspecto que eu não havia percebido que é o do contato humano. Muitas pessoas querem um registro além do fotográfico, alguns queriam uma versão um pouco diferente para eles mesmos, outros queriam mesmo era estar em contato com seu próprio desenho, ou obter um pouco de atenção e alguém que as olhasse. Vendo por esse lado, o trabalho de caricaturas foi recompensador, mesmo que meu desenho não esteja à altura das inúmeras necessidades daquelas pessoas, foi para mim uma honra e esse lado foi revelador e mostrou para mim que há algo mais do que simplesmente retratar as pessoas por grana.

Teve um desenho que ficou tão pouco profissional que nem cobrei, já era tarde. O Leandro é bom caricaturista para pegar traços marcantes das pessoas e entrou também na onda das caricaturas atendendo ao pessoal. Agradeço aqui a todos que nos escolheram para fazer os desenhos, grande abraço.


Fora isso, o domingo foi de bastante movimento, consegui ver algum pedaço de uma ou outra palestra, mas não tanto quanto gostaria. Tirei um tempo para ver a exposição de quadrinhistas franceses e a dos chineses e peguei o final da palestra de Benjamin da Xiao Pan (primeira figura). Achei os desenhos dele fantásticos e foi uma das melhores exposições do FIQ. Na exposição havia também vários outros artistas do chamado Manhua. Alguns usam nomes que nos parecem mais pseudônimos, como o Pocket-Chocolate da segunda e terceira imagens, talvez seja uma tática para escapar da censura da internet existente na China, usar nomes ocidentais e genéricos. Muitos deles são difíceis de se achar algo na internet.

No sábado apoveitei também para ver a exposição dos 70 anos do Batman, mas essa tive de conferir correndo. O Olavo tirou algumas fotos, colocarei aqui quando eu tiver acesso.

domingo, outubro 11, 2009

Quinto Dia: Sábado de Sol

O dia de sábado começou bonito com um sol prometendo não estragar a festa. Foi um dia, particularmente interessante, tivemos convidados legais participando e várias mesas diganas de nota: Harder, Grampá, Ivan Reis que eu e o amigo Olavo comprimentamos lá, Eddie berganza analisou portifólio do pessoal dos american comics style, Cris Peters e Craig Thompson ao final da noite.

Muito movimento, a caminho do banheiro encontrei com o amigo, professor e cartunista Lucas Libânio, ele estava desenhando uma história em sequência onde cada artista desenha sua página dando continuidade à página anterior: "O crime do Teishouko Preto" (visitem o blog do Mario Cau para dar uma olhada e ficar a par).

A historinha já está na página 300 e poucos. O Lucas desenhou o episódio 299 e o Lelis, mineiro de Montes Claros (vou passar lá nessa cidade semana que vem), desenhou a 300. Eu fiz a continuação nº 301, onde a personagem Fumiko da história virou uma grande empresária do ramo de Linguiças. Os artistas que quiserem participar desse movimento podem falar com o Gualberto da HQ-MIX de São Paulo. Uma honra poder participar ao lado de tantas feras.

Mais honra ainda: enquanto eu desenhava lá na tenda Gedeone Malagola, apareceu Craig Thompson, estrela da noite e começou a autografar Retalhos, ele até perguntou o que estavamos fazendo. Pensei em pegar o exemplar que eu havia levado para ele autografar (foi a Lioca que comprou pra mim no dia dos namorados), mas decidi ficar na minha desenhando lá, coloquei até uns fones para abstrair do movimento. Apareceu muita gente, talvez eu tenha aparecido em algumas fotos ao lado do Craig para comprovar que não estou mentindo, :) mas acho que os fotografos evitaram pegar um desenhista qualquer lá que fica usando uma camisa de peixe.

Bom, finalizado o desenho, transformei Teishouko em Teuchoko em uma alusão a um chocolate preto das indústrias Fumiko que o Lelis havia idealizado. Acho que ficou legal. Apareceu um pessoal para conversar o que foi interessante, Rafaella até me pediu um cartum, hahaha, estou me sentindo importante. Chegou o Lúcio daqui de BH para mostrar seu portifólio muito legal e o amigo Rubens que é economista mas tarado por comics em geral, lê muita coisa, até a A.T.U.M.

No fim da noite tentei descolar um autografo do Thompsom, pedi para a Dandara levar o meu livro pois a fila estava grande. Não deu, também não deu para entrar no fim da fila que já estava fechada, choramos um pouco mais lá, mas o produtor do cara foi irredutível, bom dou razão. Mas interessante, depois que o Craig saiu do lugar onde eu estava desenhando eu vi uma caneta diferente caída no chão, parece muito com as canetas com que ele está fazendo as dedicatórias, porém branca. Tentei devolver para ele pondo de volta da mesa, ao seu lado, mas ele não pegou de volta. Talvez a caneta não seja dele mesmo não, de todo modo fiquei com aquela caneta esquecida lá.

(Na foto aparecem Lucas Libanio de camiseta laranja da Casa dos Quadrinhos, eu de preto, e o Gual, da HQ-Mix de Sampa, o Lelis fez o nº 300, fotos do FLICK-R).

Quarto dia: piu crescenti

Na sexta, a FIQ teve seu mais movimentados dias até então, não sei se já escrevi isso aqui, mas estou perdendo todas as oficinas para qual me increvi, a de sexta era uma em que eu estava particularmente muito interessado, pois era sobre a construção de um roteiro de ilustração e o contraste entre Realista x Humor. Com o Juan Dias Canales, roteirista de Blacksad, que é uma obra que eu particularmente gosto muito. Alguns dizem que o desenho de Guarnido se sobressai e que o roteiro é fraco. Mas não tenho essa opinião, eu acho o roteiro bem interessante, pois um tanto bem humorado e com elementos que diferenciam Blacksad de outras histórias, embora use de lugares comuns, mas acho correto seu emprego.

Para as mesas também não há tempo, ficamos muito tempo nos stands, havia a comemoração dos 70 anos do Batman, o Adão Iturrusgarai e a mesa "Quadrinhos na Educação, da rejeição à Prática", o qual eu consideraria bem legal participar.

Para nós que ficamos nos stands o evento da noite foi a seção de autografo no stand dos "10 Paezinhos" a propósito do Lançamento do "Umbrella Academy" no Brasil, que teve o estoque de sexta esgotado (dá pra se imaginar então o que foi o movimento). Para nós isso foi uma externalidade muito positiva (jargão do economês), como estamos perto dos 10 paezinhos, nós pegamos a rebarba desse movimento. Mas a maioria nem desviou o olhar para os lados, o pessoal de Brasília, das Revistas Dependentes (da Samba que postei alguns dias abaixo) bem que tentou.

Foto1: Danilo, Oliver e Eu por Luiz Navarro

Foto2: Omelete.

sábado, outubro 10, 2009

Terceiro Dia: o show tem que continuar


Pessoal estou escrevendo sobre os dias mais recentes. Aproveito para passar o nome das revistas que estao tb la no nosso stand:

- Ana Cronica
- A.T.U.M.
- Aurora
- Benjamim e Peppe
- KHneira
- Overground
- Patacoada
- Tchurma
- Vulto

Alem de desenhos no local!!!

Teve tambem um lance onde o homem-galinha do pessoal da Revista Quase (ES) que estavam no stand das Revistas Dependentes lá do lado do nosso stand. O homem-galinha bicou a revista A Tchurma do Danilo Aroeira. Foto: Luiz Navarro, do evento.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Segundo Dia: O DILÚVIO!!!

ABSURDO é pouco para descrever o fim de noite do FIQ desta quarta feira dia 07 de outubro. Hoje choveu muito em Belo Horizonte, caiu muita água em pouco tempo. A Tenda Eugênio Colonese não aguentou e começaram a jorrar verdadeiras cascatas do teto de lona. Sorte que isso ocorreu já para o fim da noite quando a maioria do grande público que foi lá ver o Maurício de Souza já tinha deixado o evento.

Mas as cascatas da FIQ são uma tremenda Irresponsabilidade, um evento internacional como esse não pode passar por esse amadorismo, que vai desde a concepção arquitetônica não ter previsto o escoamento de água em caso de chuva e passa pelos bombeiros e que, em menor grau, passa até mesmo para nós participantes. "Não, assinamos um termo de compromisso?!" Não há nada lá previsto para esse tipo de perdas, isso é coisa que devemos exigir. Mas de todo modo, irresponsabilidade também porque estão expostos alí trabalhos valiosos, Grabriel Góes declarou com justificada indignação que os ORIGINAIS do Canini estavam expostos no chuvaréu.

Isso sem falar de vários outros artistas, a livraria leitura teve de fazer um mutirão para conter a enxurrada e salvar o seu acervo, que não vale pouco, o mesmo ocorreu conosco, que somos pequenos, mas também temos esforços e grana investidos no evento a qual tanto desejavamos colaborar e participar. Ao passar pelos participantes pertencia a todos a mesma cara exclamativa: "que vexame!" ou de "isso não pode estar acontecendo". Pois é, mas aconteceu.

Bom, como quadrinistas são geralmente pessoas que levam a vida de bem, havia os que pareciam estar achando tudo muito divertido: Jens Harder, da alemanha, filmava a cascata central com sua câmera digital. O pessoal do revista dependentes promoveu uma festa local já no final da chuva.




Bom, a vida segue, durante o dia todo o evento pareceu atrair bastantes visitantes e começaram hoje também as oficinas master, foi muito legal conhecer o excelente trabalho de Reinhard Kleist e saber o que ele julga importante nessa arte, assim como o trabalho de Jens Harder e o mercado de quadrinhos da alemanha. Kleist já produziu muito e seus trabalhos são de excelente qualidade, me chamou atenção o álbum Havanna, sobre ele como viajante em Cuba, que pelo meu viés de admirador da cultura cubana, resolvi colocar aqui para ilustrar o post.

Bom, Canine foi homenageado, basta ver se seus originais conseguiram ser preservados do desastre, Mauríciou garantiu a presença de peso do público. Quando eu cheguei havia um bolo tão grande de gente a sua volta que nem consegui ver bem quem estava lá no meio, depois que eu o vi lá, sempre simpático e autografando exemplares junto com outro time de autores.

Bom, pra finalizar, a previsão do tempo para Belo Horizonte. Chove até sexta, a partir de sábado à segunda começam só as nuvens. Boa sorte para nós todos, tragam a arca, nós somos os bichos!

Primeiro dia da 6ª FIQ de BH


São 1:25 da madrugada e me encontro acordado, fui deitar cedo, as 23 e pouco, mas não preguei. Nessas situações, é melhor fazer alguma coisa do que esperar o sono chegar. Com certeza tem haver com os inusitados acontecimentos da feira e do fim de noite que dariam muito bem um roteiro de quadrinho à la Harvey Pekar. Resolvi então redigir como foi o nosso dia. A versão gibi, fica para daqui a algum tempo.

Mas antes deu entrar em minhas próprias intempéries, vamos falar do evento. Para quem está expondo esse não é o primeiro, mas sim o segundo dia, mas va lá, foi hoje mesmo que começou o movimento, e começou bem. O Leandro me contou que pela manhã o volume de pessoas ficou maior do que ele esperava, além do movimento de alunos das escolas, o que é o natural para o horário.

Quando eu cheguei ao evento às 16:00 estava impossível de estacionar do lado de fora e lá dentro da tenda Eugênio Colonese (Homenagem ao grande desenhista nacional que faleceu ano passado) estava bem movimentado. O stand da "Quadrinhos Alternativos" que é onde a A.T.U.M. está morando estava particularmente cheio. E nós lá da porta, Quarto Mundo, Revistas Dependentes e Alternativos, estamos fazendo sucesso. Vendendo?! Nem tanto, mas as pessoas tem parado para conhecer e olhar...

O movimento grande da tarde deu uma esfriada com o vento e a chuva que chegou lá para 16:40, nossa tenda que estava bem agradável, perto do ventilador, começou a ficar úmida e com goteiras, as revistas sofreram um pouco com as "zonas úmidas" e começaram a dobrar. Teremos de arranjar aqueles desumidificadores do tipo dos que são usados pelos músicos para guardar à seco seus instrumentos.

No mais, apareceram muitos amigos e curiosos, e conversei sobre o trabalho de outros quadrinhistas que estão participando. Sobre as exposições visitei o inusitado hipermercado ferraille, uma paródia com os itens de consumo que vemos comumente nos supermercados, muito legal, não conto aqui que produtos são esses pois anteciparia as brincadeiras, fica a dica.

Sobre as palestras, assisti a mesa de "Animação e Cinema" em que participaram Lancast do Rio Grande do Sul que ressaltou como essa área está sendo demandada no Brasil com o crescimento de pequenos estúdios de animação produzindo mais e mais, e para o mundo inteiro. Lancast tocou em um velho problema brasileiro: a falta de qualificação da mão de obra, e da formação e instrução técnica de gente já preparada. Os bons animadores estão tendo de trabalhar muito para cumprir as demandas. Bom, não só na área de animação que é assim, o Brasil sempre ficou à mercê de que os talentos se fabricassem sozinhos. Bom, isso pode ser insuficiente e ele tem razão.

Guy Delisle, o outro participante, é canadense de Toronto com uma experiência internacional na França, Coréia do Norte, Vietnam, China, interessante. É um caso um pouco diferente ao Brasileiro, Delisle apontou para ele o paradoxo de serem formados muitos animadores na França, mas de não haverem mais grandes estúdios para empregá-los. Ou seja, formam-se animadores para que cada um deles tenha seu próprio estúdio, o que é um contrasenso, já que nesse caso não há ganhos de escala e da formação de um time, já que a animação é essencialmente um trabalho em equipe. Mas não sei como ele vê o fato de que agora pequenas equipes podem produzir mais e mais rápido do que 100 animadores (chutando) de equipes antigas.

Bom sobre a relação animação e quadrinhos acho que a mesa foi um pouco mais fraca, pois os participantes ressaltaram mais a relação "quadrinho" -> "animação" e ficou de lado a relação "animação" -> "quadrinho" que hoje é uma direção também muito importante dessa causalidade. Por exemplo, um quadrinista que tem noção de movimento, quadros chave e maleabilidade dos desenhos ganha muito mais expressividade em seus quadrinhos. Alguns desenhistas fazem essa transição com incrível desenvoltura, um exemplo é o Benoit Sokal, que esteve na FIQ passada. Delisle foi então injusto com seus patrícios franceses ao dizer que está faltando a conversa entre os dois lados. Não é de todo verdade, porém tendo a concordar um pouco com ele.

Delisle escreveu também quadrinhos de sucesso: Crônicas Birmanesas e Pyoyang, quando ele trabalhou como animador na Coréia do Norte. Eu quero conferir esses quadrinhos já de algum tempo, acho que não erro em sugerir a compra.

Lancast lembrou a importância de um bom roteiro. Um desenho tosco sobrevive com um roteiro bom, mas os mais exuberantes desenhos não sustentam um roteiro lixo. É por isso que nosso desenho tosco da ATUM tem alguma chance :-). "Yes, nos temos roteiro", mas muitos do meio estão ligando mais para a imagem mesmo. Enquanto os palestrantes falavam eu revia o logotipo criado pelo Renato Canini para essa edição, muito criativo, é um pequeno napoleão com um chapéu de balão. É um desenho com o qual busco me insperar, reparem as inúmeras linhas abertas, sugestivas, quase nada fecha, acho isso excelente. Reparem também o Edu aí do lado...

Canini trilha marcas para todos nós desenhistas nacionais.

Não fiquei para ouvir todas as perguntas, estava um pouco preocupado em não deixar o stand desguarnecido, e não pude conferir a palestra seguinte de humor-gráfico com Cizo Felder, Liniers e Duke, que também muito me interessava. Se não me engano, Felder é um dos franceses responsáveis pelo excelente mercado Ferraile que já mencionei nesse post.

Pra finalizar, o fim de noite foi um pouco mais tranquilo, tomando cuidado para não molhar demais as revistas. No entanto, enquanto isso, no lado de fora, meu carro estava sendo rebocado... Damn Traffic! E maldito contra-cheque que chegou hoje, mas não veio junto o pagamento. Essas depois eu conto. Amanhã começam as oficinas Master!

sábado, setembro 26, 2009

A.T.U.M. convida para a 6° FIQ-BH

Olá, os que lêem meu blog com alguma regularidade já sabem que em outubro agora do dia 6 ao dia 12, acontecerá o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, coloco aqui o convite feito pela turma da A.T.U.M. e o convite oficial feito para o evento. Abraços a todos.


Não tive tempo de convidá-los para uma exposição pré-FIQ que ocorreu na Lagoa do Nado no último dia 24, mas acredito que os trabalhos expostos lá vão estar também no evento. Não deixem de prestigiar e aproveitem que será feriado :)

terça-feira, fevereiro 17, 2009

FIQ 2009 vem aí!!!


Amigos, o número 3 da A.T.U.M. está na gráfica, em breve voltarei a postar mais novidades no blog sobre o que tem acontecido nas HQ's. Por hora, fiquem com o novo Blog da 6ª FIQ-BH que ocorrerá esse ano. A homenagem será a Renato Canine e terá como homenagem geral a França, pelo ano da França no Brasil.

Abs ;)

domingo, outubro 21, 2007

6° Dia do Festival Internacional de Quadrinhos de BH

Voltei pra casa com a sensação de que já posso morrer feliz! Quando se descobre pronto para partir a vida fica mais plena. A aceitação de que o esforço que se faz agora é o nosso máximo e é o melhor que conseguimos e de que a continuação não importa, pois a realização está no fazer, no saber que viveu. A única coisa que cada um de nós podemos requisitar da vida é que realmente a tenhamos vivido. "My Way" ou "Travessia" traduzem isso que sinto, um tom melancólico? Deve ser o vinho, o fim do Festival... Posso dizer com certeza que foi a melhor edição do FIQ que já houve. Talvez seja apenas o cansaço de ter viajado ontem durante duas horas dirigindo para chegar a comemoração da defesa do meu primo, dormir só as 3:30 da manhã e voltar ainda hoje pela manhã para o almoço na casa do pai de minha amada Cecília, as 14:00 da tarde. Sair de lá as 16:00 para passar no último dia do Festival. Mando aqui um abraço à Maria Inês que fez um dos elogios e comentários mais legais à nossa revista. Sem falar a excelente impressão que me deixou na conversa, ela percebeu uns lances que a maioria das pessoas está passando batido, além do principal: ter achado divertido pra caramba! Maria Inês, obrigado pela sensibilidade.


O apagar das luzes do festival (apagar das luzes mesmo, faltou luz por alguns segundos) foi com o bate-papo entre os irmãos gêmeos dos 10 paezinhos, Fábio Moon e Gabriel Bá, que começaram como fanzineiros. Os dois falaram coisas muito interessantes, a platéia estava composta pela maioria adolescentes, todos atentos. Concordei com a visão de trabalho, de mercado e dedicação dos dois autores, discussão sobre o que funciona, porque dá certo uma historinha, como batalhar, o que falta no mercado editorial brasileiro etc. Só acho que eles se alongavam muito nas respostas, trazem bastante informação, mas deixa o bate-papo um pouco cansativo, ainda mais como último evento. A última ATUM do FIQ foi para os dois. Que autografaram uma edição mais antiga que tenho da "O Girassol e a Lua".

Já saindo do evento deixei mais uma ATUM com o joão da Umbigo e com a que me disse ser a Priscila, moça interessante que parecia ser de São Paulo, embora tenha me dito que era de todos os lugares. Os dois iam para uma mostra de cinema espanhol no Palácio das Artes. Os acompanhei em uma conversa sobre quadrinhos, porém estava quebrado demais para aguentar uma sessão de cinema e fila.

Valeu a pena! Espero que todos que tenham lido a ATUM tenham gostado, aguardamos também as críticas. Não sei se vai haver próximo número, não precisa haver próximo, é que nem a vida, não precisa do próximo dia, mas se hover será uma dádiva. Mas há pessoas que nos estimulam a continuar e essas são as que nos importam. Um grande abraço!

sábado, outubro 20, 2007

5° Dia do Festival Internacional de Quadrinhos de BH

Hoje foi, com certeza, o dia mais movimentado e bacana da FIQ. Como eu havia previsto no primeiro dia, o plot da leitura ficou lotado e impraticável. E eu ainda me aventurei a comprar algo lá. Estava procurando mesmo era um Mandrafina ou o Carlos Sampayo, mas entre os vendedores, "ninguém sabe, ninguém viu". Esse é um lado também do nosso mercado, despreparo sobre o que se está vendendo. Embora encontramos realmente alguns excelentes vendedores que nos sugerem coisas novas e acertam na sugestão. Mas frustrante:

Sokal nunca foi editado no Brasil

Não achei o Mandrafina e

o Sampayo pude conferir hoje em casa que tem, Billie Holliday pela L&PM, mas a universo HQ diz que sim e o site da editora diz que não (ou pelo menos não há cadastro).

Já pela manha de hoje ocorreu o esperado encontro com o Eddie Berganza editor da DC. Não sei se o encontro correspondeu as expectativas de quem foi pois cheguei ao FIQ a uma da tarde. De todo modo, me interesso cada vez menos pelo mercado americano e não tenho portfólio que possa apresentar. Gostaria de ver para conferir. Essa tarde no stand das revistas independentes foi movimentada. O roteirista Daniel Esteves (ainda vou falar mais dele aqui) deu o pontapé inicial a uma historinha escrita pelos quadrinistas independentes. Cada um desenhava um quadrinho desenvolvendo a história. Lógico que ficou uma coisa de louco. O roteirista Daniel apareceu na história duas vezes, já que havia um clone! E beijou a se próprio! O Guazzelli foi quem fez o quadrinho. Creio que em breve a história completa poderá ser conferida na integra. Eu participei com um quadrinho lá. Troquei quadrinho com o Plínio roteirista do Dinossauro do Amazonas. Parece ser bem legal, o desenho é bem cômico. Descobri uma revista de Goiania que está com excelente qualidade: Klan. Por já ter morado em Brasília conhecia um dos desenhistas de maior sucesso de lá, o Galvão com seus bonecos sem braços. Troquei um zine, pagando a diferença com o Guilherme.

Uma desvantagem desses encontros e eventos que é, ao mesmo tempo, também vantagem, são os vários programas ao mesmo tempo. Nem lembrei da oficina de roteiro do Berardi. Poxa, que era uma excelente idéia para quem faz quadrinhos.

A partir das 16:00, chegando um pouco mais atrasado na verdade, fui à mesa de adaptações literárias com Pascal Rabaté, Marcatti, Bira Dantas e Alécio Cunha, que falaram dessa tendência realimentada de quadrinizar sucessos da literatura. Eu já vinha acompanhando esse moviento e achei interessante acompanhar a palestra. Marcatti estava lançando também sua revista "Quadrinhos Escatológicos". Aprecio muito o desenho do Marcatti desde o sujo e underground Ratos de Porão que era um dos zines mais engraçados daquela época. Troquei uma ATUM com o Bira Dantas pela BIRA ZINE, coleção de cartuns do Bira. Nessa mesa conheci o cartunista famoso do Rio Grande do Sul, o Santiago. Ele comprou uma ATUM e me passou um cartão assinado com um cartum de sua autoria.


Logo mais, as 18:30 participei da mesa mais ineteressante da FIQ até agora: "Pesquisa e HQs". Sou um quadrinista que gosta da pesquisa em quadrinhos. Acho que temos muito que aprender com ela e durante a mesa foram passadas várias dicas interessantes sobre o que tem sido feito na área aqui dentro do Brasil:

Blog dos Quadrinhos do Paulo Ramos

os trabalhos do Gazy Andraus

Sobre o Waldomiro Vergueiro, muito legal esse núcleo de pesquisas da USP.

Sempre tive vontade de fazer algo relacionado à economia e quadrinhos. O método de Contabilização das páginas já é algo. Mas o legal mesmo seria fazer uma análise de estrutura de mercado. Tendo os dados isso é possível.

As 19:30 houve o bate-papo com o Carlos Sampayo e o Berardi na praça de alimentação. Mas tava uma baralhuda de gente conversando, achei até meio desrespeitoso e infelizmente acho que estava cansado demais para prestar suficiente atenção. No entanto, são dois interessantes roteiristas falando sobre personagens, como eles influenciam a história e a relação com editores e demais dicas. Em bate-papo, a tradução do espanhol para o português é meio redundante, mas a mulher tardutora do Carlos Sampayo era simplesmente deslumbrante, um mulherão, sempre que ela estiver, a tradução do espanhol para o português será um tremendo deleite, sempre bem vinda. Ela deve ter sido outro fato dispersador, aliás, a essa hora voltou o calor infernal, a maioria dos ouvintes etava num cantinho escuro para ficar numa região mais refrescante da praça. Esse bate-papo foi muito prejudicado pela hora e pelas pessoas. deveria ter sido no auditório ou em outra sala.

Saindo da FIQ passei pelo Celton, estava um bolinho em volta dele e deixei para conversar com ele noutra oportunidade. Cansado mas satisfeito por esse dia movimentado fui me embora.

sexta-feira, outubro 19, 2007

4° Dia do Festival Internacional de Quadrinhos de BH

Essa sexta feira choveu forte o que deu uma amenizada no calor, mas não de forma suficiente para baixar a temperatura do Festival e de BH que está muito quente. Nessa sexta decidi pegar mais leve, nem tentei vender nenhuma revista. Tirei o tempo para olhar os painéis da exposição. Começando pela entrada, uma dica interessante para quem curte quadrinhos e educação ou como usar os quadrinhos para educar é o persongem Mendelévio de João Marcos Mendonça que esse ano ganhou o troféu HQ mix. Há uma exposição com cartunistas de BH onde vc caminha sobre o mapa da cidade visitando pontos da cidade. Entre os nomes podemos encontrar Mário Vale, Duke, Chantal.

No final, ao lado do stand da Casa dos Quadrinhos, havia a exposição do Japão, com películas de animes e desenhos de vários autores japas. Quanto as mesas e apresentações, foi interessante assistir a mesa sobre a atual produção de Mangás com a desenhista Kan Takahama ao lado da Sonia Luyten. Para um pequeno resumo do trabalho da Kan veja esse site.





A desenhista falou das novas editoras, trabalho técnicas etc. A Sonia falou de novas tendências no mercado de quadrinhos japonês. Depois dessa mesa, houve a sessão com o Benoît Sokal sobre o qual eu já falei. Sokal apresentou rapidamente os seus desenhos em quadrinhos e a relação que eles possuem com o novo trabalho que ele está realizando agora, que é o jogo de Video Game Syberia. Sokal parecia querer justificar a importância de saber bem construção de roteiro e personagem, assim como era muito vasto o mundo de possibilidades do video-game já que a pessoa age no papel do personagem e não apenas assiste. Mesmo assim sua palestra soou algo decepcionate para quem admira seus desenhos em BD. Foi 80% falando dos vídeos e sobre o que há no jogo. Interessante de todo modo, mas não pude ficar para as perguntas finais, tive de dar aula.

De dicas de quadrinhos desse dia tenho o lançamento do Estórias Gerais escrito pelo roteirista Wellington Srbek. Eu comprei. Meu irmão, que não lê quadrinhos, começou a ler e elogiou bastante esse trabalho. Uma dica muito válida. Para os que quiserem saber mais sobre a obra prima do Srbek e do "falecido mestre" Flávio Colin, confira aqui no site da Conrad. Como era de se esperar o movimento foi maior hoje. Leandro vendeu algumas revistas e distribuiu outras. Eu vendi apenas uma.

quinta-feira, outubro 18, 2007

3° Dia do Festival Internacional de Quadrinhos de BH

Beleza Galera, terceiro Dia! Ontem o Leandro, outro quadrinista da ATUM, foi bem sucedido nas vendas e hoje batemos a marca das 8 revistas vendidas, mas foi também um dia para quebrar um pouco a cara e se irritar um pouco com o "mercado"...

A começar com uma observação óbvia endereçada aos que ficam chorando a falta de mercado e pedindo proteção. Não tem que ter proteção nem reserva de mercado coisa nenhuma o lance é perceber como as coisas caminham e como a mente da maioria dos quadrinistas é embotada.

As mesmas pessoas que reclamam dos problemas de mercado no Brasil e blá, blá, blá, são as que menos compram revistas. "Pô, eu compro revista para caralho!". Acho que os outros fãs de quadrinhos deviam fazer o mesmo. E compro coisa diferente, fora do mercadão e acho saudável diversificar dessa forma, cultura é feita para a diversificação... Mas daí chego para outros fanzineiros e pergunto: "E aí cara, topa trocar um fanzine?!" E o cara fica de nhém, nhém, nhém, diz que não, blá, blá, blá... Eu até entendo a situação de vários quadrinistas, se deslocaram de suas cidades para participar aqui em BH, a maioria deve ter pago a viagem do próprio bolso, mas ouvi esse lance de fanzineiro daqui da capital mineira. Pô qualé?! salto alto?! "Fuck", mostre o dedo pra essa galera!!! Se você não compra, como esperar que os outros comprem de vc?! Vá se fu... pra esse pessoal.

Bom, "mas o mercado não pode ser formado só por gente que trabalha na área", diria um, "é preciso trazer novos leitores ...". Eu digo: "sim! Isso é essencial". Atrair leitores é um caminho árduo mas não é mistério: "só se atrai novos leitores com qualidade nas produções. Para ter qualidade nas produções, meu amigo, é preciso ler de tudo, até o que você não curte muito". Daí me preocupa um tanto os stands das grandes lojas cheios de bons leitores em potencial com todos aquelas revistinhas jabá, que todos nós sabemos muito bem. Me pergunto: "Será, que essas revistinhas atraem gente nova?". A resposta é "lógico que sim", mas temo que a eficácia desse sistema é limitada, poderia ser diferente, como de fato é com os mangás. Porém temo que essa vertente esteja virando um pornô barato e feitichista, que nem barato é se os compararmos com os antigos catecismos. Bom, na ordem de eficácia probabilística em atrair novos leitores temos:

o quadrinho norte-americano jabá batidão, o mangá, a banda desenhada européia e o americano bom.

É só ver,

Pq que Alan Moore é fera? Quem não se divertiu lendo Watchmen, V de Vingança e outros clássicos, e olha que vc pode até não gostar, mas tem qualidade. Neil Gaiman e Frank Miller são outros feras, mas assim também o foram Stan Lee, Jack Kirby, McCay. Os quadrinhos americanos explodem de coisa boa. E podemos sair do circuitão: temos Dan Clowes, Will Eisner, Harvey Peaker, Bob Crumb, Joe Sacco, McCloud, Terry Moore, uma infinidade de caras que admiro e outros que ainda nem conheço (pena não haver nenhuma mulher na lista ainda).

E no lado do quadrinho Europeu?

Temos o Hergè, o Gradmir Smudja, Gosciny e Uderzo, Franquin, Hugo Pratt, Crepax, José Carlos Fernandes, Sokal, Silvestri e dezenas de outros que não me vêm à cabeça agora.

Manga não é minha praia, mas Tesuka é fera, o que não dizer de Koike e Kojima, Miyazaqui é Deus (se compara a um Will Eisner no lado ocidental), Shirow, Otomo ..., e olha que nem gosto tanto do AKIRA, mas tenho de dar o braço a torcer que é excelente.

Todos esses quadrinistas poderiam disputar à tapa a colocação na ponta daquele breve ranking geral que fiz acima. Não preciso mencionar os jabazões americanos que estão na rabeira da lista, mas se quiser achar um vá a uma grande loja e compre qualquer coisa que tiver bastante das cores roxo, rosa-choque, verde-limão, ou alguma vairiação disso, portanto, qualquer coisa que pareça uma alegoria da Mangueira. Porém no carnaval va lá essas cores, mas o ano inteiro desse jabá.

Bem não tamos aí para choramingar, o post de hoje é com fótio! Ao lado aí eu e o Leandro temos as camisetas da ATUM para vender o peixe! Hoje tem também mais dicas de fanzine. Podemos começar pela Quase (essa sim é da Galera do ES) que possui até site! Já tinha visto e ouvido falar da Quase, mas até hoje não li, vou absorver o número 11 que comprei na base da troca lá com a galera. Do Tarja-Preta eu já falei, mas o pessoal lá do Rio lançou também a Prego! Tá no Número 1 Ano 1 e tá caprichado os lances dos fanzines! Eu estava esquecendo de mencionar a já famosa Graffiti daqui de BH, lançaram o pesado número 16 lá na FIQ, dei uma folheada, parece já haver bem mais do que os 76% de quadrinhos anunciados. Para nós admiradores da nona arte isso é bom! :)

Já lá fora da Serraria, topamos com o pessoal da dita revista, não levaram a ATUM mas foram, de todo modo, simpáticos.

O destaque na mesa de mercado-americano de hoje foi o desenhista da Revista 100 Balas, o argentino Eduardo Risso. O Leandro teve as caras de entregar uma ATUM pro cara! Ficamos cogitando na pequena possibilidade da revista não parar no Lixo! O desenho do cara é fera, mas não tive ainda a oportunidade de ler as histórias em que ele participa. Na Foto ele aparece aí no Centro, momento de bate papo com a galera. Falou coisas legais sobre o papel do desenhista, não é um alienado, defendeu o quadrinho de autor inclusive. Aliás, palmas para a escola argentina que faz quadrinhos de aventura, craques no preto e branco, depois falo mais dessa galera aqui.

E se é pra mencionar uma mulher desenhista fico com a argentina Maitena das engraçadas tirinhas do Mulheres Alteradas. Bom, se teve uma coisa que tivemos hoje foi a cara dura. Conversei rapidamente em portunhol com o Mandrafina em um papo que não deixou de ser interessante. Poxa, de vista nem sabia quem era o cara, não pude ir na mesa que ele participou ontem, mas vou procurar os trabalhos dele e pedir autografo, deixei mais uma ATUM de graça com ele. Nosso papo foi sobre a pouca integração e abertura da nossas editoras para com os quadrinhos Latino-Americanos, tecla sempre importante nesse nosso fragmentado continente. Leandro Vendeu um zine para o espanhol Sampayo. Cara dura também tivemos na hora de dar uma entrevista para o pessoal de jornalismo da PUC-BH, entrevista na qual tive de me ausentar. O Leandro falou as paradas lá para os estudantes de jornalismo. Para encerrar, tentamos legalizar nossa situação no evento, não conseguimos contato antes e estamos sem stand. Descobrimos que a venda da maneira que temos feito é clandestina, vamos ter de arranjar um espaço, ou entre o pessoal conhecido das revistas independentes ou no meio da Casa dos Quadrinhos se nos ajudarem.

O lance é não grilar. A gente fica muito envolvido com esse troço de vender, mas o importante mesmo, e o que queremos de verdade é divulgar, não é atoa que entregamos altos fanzines de graça, já foram bem uns 15, posso conferir as contas aqui pois estamos anotando tudo na ponta do lápis.

Ah sim! O pessoal de fanzine deve comprar pouco também porque eles provavelmente não possuem a prática e experiência de adotar duas caixas separadas para situções diferentes, existe a caixa de empresa e a caixa pessoal. O que eu compro em HQ não é o que eu estou obtendo em vendas, estou adotando a saudável prática de separar a grana que é minha da que é do nosso Fanzine! Depois de zerado o estoque é que vamos repartir os lucros, daí decido se compro mais ou não revistas. Fanzineiro, faça isso! Vc vai ver como ajuda. :)

Nem sei se vai haver uma ATUM n° 2, o que importa é colocar algo novo, nosso zine tem proposta, é um universo que já bolo há uns 2 anos. Aliás, o Profissão Repórter de hoje teve um pouco a ver com a ATUM, foi sobre a história de pessoas que ralam de verdade. É mais ou menos a história do Edu Caray, da Tina Tilanga, da Silvinha, do Motoboy (teve um programa dos motoboys também), todos personagens do zine. Por falar nisso, Caco Barcelos é 'o' Jornalista, recomendo bastante seu livro Rota 66!

Sem mais delongas, para mim o saldo das experiências é extremamente positivo. A Sonia Luyten comprou um zine e elogiou, muito simpática. Um admirador da Quase também nos deu apoio. Thiago, da webcomix, levou uma e deu a maior força! Era isso que eu esperava encontrar, mentes abertas e dispostas a ler, não me venham falar que vcs não têm tempo. Eu faço pesquisa de manhã e de tarde, sou mestrando, escrevo artigo, estudo para prova do Doutorado, dou aula segunda, quarta e sexta a noite, não posso aceitar tempo como desculpa. Uma vez o economista Gary Becker falou que o tempo é o fator mais escasso da nossa sociedade contemparânea eu o completo dizendo que é justamente por isso que você deve alocá-lo bem.

Falou galera até amanhã!

quarta-feira, outubro 17, 2007

2° Dia do Festival Internacional de Quadrinhos de BH

Hoje não tive muito tempo de ficar lá na FIQ, cheguei um pouco depois das 17:00 e tive de ir embora as 18:30, e ainda assim, em cima da hora, pois tinha de dar aula no campus da UFMG as 19:00. Não conferi a mesa com os editores da Marca de Fantasia (a qual falei aqui ontem), da Pixel (uma das maiores no Brasil atualmente) e da Zarabatana (especializada nos quadrinhos eróticos).

Mas foi tempo o suficiente para conhecer uns lances novos e comprar quadrinhos:

Em um desses acasos da vida encontrei uma amiga do Cedeplar, não estranhem o nome, é lugar onde eu trabalho e estudo com economia na UFMG. A Tatiana estava ajudando o namorado Danilo com a venda dos quadrinhos a Tchurma!! (edição Voltada para o público infantil que terá seu lançamento dia 20 as 18:30) e Overground (que apesar do nome, é bem undergroud, com algumas similaridades com ATUM pelo visto).

Passo aqui minhas compras como dicas também, temos em primeiro lugar um cara que é cria do Daniel Clowes, um quadrinista que produz relativamente pouco mas muito bem. Bom, o autor em questão é o Charles Burns, o traço é tão parecido que eu pensei estar comprando um quadrinho do outro autor. Enfim comprei a edição nacional de Black Hole, que pelo nome me lembrou aquela música do SoundGarden: "Black Hole Sun", mas isso pra outra hora. A editora é a Conrad, que em termos de qualidades em quadrinhos é a primeira, embora isso seja meu julgamento, é logico.

A segunda dica que comprei foi o sempre ótimo Scott McCloud, que está na minha lista de links favoritos já faz tempo. McCloud publicou sua terceira revista sobre teoria dos quadrinhos. A julgar pelos dois primeiros livros (que são desenhados em forma de comics mesmo, estamos falando de quadrinhos ora essa!), o terceiro livro, Desenhando Quadrinhos, também deve ser muito bom, McCloud é inteligente demais para escrever algo ruim. Embora exista uma discussão sobre se o segundo livro chega a ser pior do que o primeiro e algum ceticismo quanto a esse último, mas eu achei o "Reinventando os Quadrinhos" (o segundo da série) ainda melhor do que o "Descobrindo...".

Bom por hoje foi isso, não levei a câmera nem teria tempo de tirar fotos, mas amanhã as apresento aqui. Abraço as moscas e grilos que lêem este blog.

terça-feira, outubro 16, 2007

1° DIA do Festival Internacional de Quadrinhos de BH



Com certeza eu estava sendo injusto no post anterior. Hoje foi o primeiro dia do Festival de Quadrinhos de BH e pude conferir um mar de fanzines independentes e undergrounds além daqueles que mencionei. O desenho ao Lado é o Logo do Festival do artista Julio Shimamoto.

Destaque para o Garagem Hermética que é realmente o mais foda, pesosal de Sampa e Osasco, que por sinal lançam também uma porrada de outros zines como o Sideralman, o Homem-Grilo, A mosca no Copo de Vidro, O Ragu, do pessoal de Pernambuco (se não me engano) e a Avenida (de Curitiba), que eu havia esquecido de mencionar. Bom, e outros mais que ainda vou vasculhar,

Foi legal conferir o Totem, trabalho do Jaum , daqui de BH, que tem o site que já fiz propaganda aqui, que é o www.maisquadrinhos.com.br constam lá o blog da revista e o do selo.

E outras dicas que conferi com o pessoal fanzineiro e durante a mesa redonda sobre cartum:

http://quartomundo.popbaloes.com/blog/,
onde há o mapa das independentes

site barsileiro de cartuns:

www.brasilcartoon.com

que copiou a idéia desse site iraniano aqui:

www.irancartoon.com

e a editora de Pernambuco que apoia teses e dissertações na área de quadrinhos:

www.marcadefantasia.com.br

Confiram o Excelente:

Benoît Sokal


Fora isso, a organização do evento está de parabéns. O arcevo desse 5° FIQ está excelente e é bem maior e mais interessante do que dispunhamos no evento anterior. A disposição na Serraria Souza Pinto, que é onde acontece, ficou melhor do que na casa do Conde, há mais convidados internacionais, tem mais espaço e organização. Está tudo beleza!

Criaram um espaço só pra galera independente. Há também as demais editoras, um pouco mais de espaço para a livraria Leitura, embora creio que no Sábado e Domingo vai ficar aquela mesmo empurra-empurra, dentro do stand da loja.

Bom, bora conferir! Hoje foram 7 vendas! Se é que se pode contar troca de fanzine como venda, mas o peixe está vendendo bem, só não deixar aprodecer...

Falow galera, amanha tento tirar fotos do evento e passar lá de novo, nem que seja rapidão!