sábado, outubro 20, 2007

5° Dia do Festival Internacional de Quadrinhos de BH

Hoje foi, com certeza, o dia mais movimentado e bacana da FIQ. Como eu havia previsto no primeiro dia, o plot da leitura ficou lotado e impraticável. E eu ainda me aventurei a comprar algo lá. Estava procurando mesmo era um Mandrafina ou o Carlos Sampayo, mas entre os vendedores, "ninguém sabe, ninguém viu". Esse é um lado também do nosso mercado, despreparo sobre o que se está vendendo. Embora encontramos realmente alguns excelentes vendedores que nos sugerem coisas novas e acertam na sugestão. Mas frustrante:

Sokal nunca foi editado no Brasil

Não achei o Mandrafina e

o Sampayo pude conferir hoje em casa que tem, Billie Holliday pela L&PM, mas a universo HQ diz que sim e o site da editora diz que não (ou pelo menos não há cadastro).

Já pela manha de hoje ocorreu o esperado encontro com o Eddie Berganza editor da DC. Não sei se o encontro correspondeu as expectativas de quem foi pois cheguei ao FIQ a uma da tarde. De todo modo, me interesso cada vez menos pelo mercado americano e não tenho portfólio que possa apresentar. Gostaria de ver para conferir. Essa tarde no stand das revistas independentes foi movimentada. O roteirista Daniel Esteves (ainda vou falar mais dele aqui) deu o pontapé inicial a uma historinha escrita pelos quadrinistas independentes. Cada um desenhava um quadrinho desenvolvendo a história. Lógico que ficou uma coisa de louco. O roteirista Daniel apareceu na história duas vezes, já que havia um clone! E beijou a se próprio! O Guazzelli foi quem fez o quadrinho. Creio que em breve a história completa poderá ser conferida na integra. Eu participei com um quadrinho lá. Troquei quadrinho com o Plínio roteirista do Dinossauro do Amazonas. Parece ser bem legal, o desenho é bem cômico. Descobri uma revista de Goiania que está com excelente qualidade: Klan. Por já ter morado em Brasília conhecia um dos desenhistas de maior sucesso de lá, o Galvão com seus bonecos sem braços. Troquei um zine, pagando a diferença com o Guilherme.

Uma desvantagem desses encontros e eventos que é, ao mesmo tempo, também vantagem, são os vários programas ao mesmo tempo. Nem lembrei da oficina de roteiro do Berardi. Poxa, que era uma excelente idéia para quem faz quadrinhos.

A partir das 16:00, chegando um pouco mais atrasado na verdade, fui à mesa de adaptações literárias com Pascal Rabaté, Marcatti, Bira Dantas e Alécio Cunha, que falaram dessa tendência realimentada de quadrinizar sucessos da literatura. Eu já vinha acompanhando esse moviento e achei interessante acompanhar a palestra. Marcatti estava lançando também sua revista "Quadrinhos Escatológicos". Aprecio muito o desenho do Marcatti desde o sujo e underground Ratos de Porão que era um dos zines mais engraçados daquela época. Troquei uma ATUM com o Bira Dantas pela BIRA ZINE, coleção de cartuns do Bira. Nessa mesa conheci o cartunista famoso do Rio Grande do Sul, o Santiago. Ele comprou uma ATUM e me passou um cartão assinado com um cartum de sua autoria.


Logo mais, as 18:30 participei da mesa mais ineteressante da FIQ até agora: "Pesquisa e HQs". Sou um quadrinista que gosta da pesquisa em quadrinhos. Acho que temos muito que aprender com ela e durante a mesa foram passadas várias dicas interessantes sobre o que tem sido feito na área aqui dentro do Brasil:

Blog dos Quadrinhos do Paulo Ramos

os trabalhos do Gazy Andraus

Sobre o Waldomiro Vergueiro, muito legal esse núcleo de pesquisas da USP.

Sempre tive vontade de fazer algo relacionado à economia e quadrinhos. O método de Contabilização das páginas já é algo. Mas o legal mesmo seria fazer uma análise de estrutura de mercado. Tendo os dados isso é possível.

As 19:30 houve o bate-papo com o Carlos Sampayo e o Berardi na praça de alimentação. Mas tava uma baralhuda de gente conversando, achei até meio desrespeitoso e infelizmente acho que estava cansado demais para prestar suficiente atenção. No entanto, são dois interessantes roteiristas falando sobre personagens, como eles influenciam a história e a relação com editores e demais dicas. Em bate-papo, a tradução do espanhol para o português é meio redundante, mas a mulher tardutora do Carlos Sampayo era simplesmente deslumbrante, um mulherão, sempre que ela estiver, a tradução do espanhol para o português será um tremendo deleite, sempre bem vinda. Ela deve ter sido outro fato dispersador, aliás, a essa hora voltou o calor infernal, a maioria dos ouvintes etava num cantinho escuro para ficar numa região mais refrescante da praça. Esse bate-papo foi muito prejudicado pela hora e pelas pessoas. deveria ter sido no auditório ou em outra sala.

Saindo da FIQ passei pelo Celton, estava um bolinho em volta dele e deixei para conversar com ele noutra oportunidade. Cansado mas satisfeito por esse dia movimentado fui me embora.

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