1. Ocidentais (norte-americanos).
2. Europeus
3. Japoneses (Mangás e Mahnwa que é a versão coreana, descobri a pouco tempo).
1. Não vou recorrer muito ao passado remoto, mas os quadrinhos começaram por volta do último quartel do século XIX. Há alguns precursores mais antigos, que vieram logo após a imprensa tipográfica, porém, de forma geral o quadrinho está muito associado ao boom dos jornais ocorrido por volta dos anos 1890 a 1920. Americanos e Europeus disputam cabeça a cabeça quem seria o primeiro. Assim como no caso do avião, poderiamos também meter o bedelho e reivindicar um patrono brasileiro: Angêlo Agostini (como mencionei em post de dezembro). Mas o interessante é que dos dois lados do Atlântico o quadrinho vingou e cada um seguiu seu rumo particular.

O quadrinho norte-americano seguiu uma característica muito peculiar da sociedade daquele país que é o culto ao Herói. Isso antes mesmo dos encapusados com cuecas por cima das calças. Podemos aí lembrar: Dick Tracy, X-9, Ferdinando, Spirit, Mandrake. Mais hérois podem ser lembrados (na categoria super): Fantasma, Capitão Marvel, Shazam, Flash Gordom, Batman, o infalível Super-Homem, Zorro, os mais recentes Homem-Aranha, Lanterna Verde, Hellboy.

Quando criança eu lia muito quadrinhso de herói. O fato deu os achar pior hoje tem mais a ver com roteiristas e alguns desenhistas do que o tema em si. A Linha dos quadrinhos de hérói tem todo o seu desenvolvimento e características comuns. De alguma forma, esses quadrinhos dão maior preferência ao traço realístico das arquiteturas e objetos. Os personagens são mais estilizados, porém não fogem muito aos cânones de proporção: sete cabeças de altura, o tronco são duas cabeças e meia, braço, uma cabeça...

Os quadrinhos americanos não são só hérois. Podemos destacar uma vertente que é quase

Bom, uma característica muito comum dos quadrinhos americanos é que são todos de rápida produção, o mercado competitivo e frenético dos EUA pode explicar, mas o lance é que independente de serem de super-herói ou cartum, vemos no quadrinho americano uma pre-emência para edição rápida quase jornalistica. Isso se deve pelo formato do meio: jornais ou revistas encadernadas, semanais, mensais ou quadrimensais.

Não é a toque de caixa e possibilitam que um autor somente faça tudo: roteiros, desenho e arte final, a cores ou não. Hergè do Tin Tin foi um dos poucos a ter estúdio.** As características do chamado o quadrinho europeu são também ter uma preocupação realística com a arquitetura porém personagens ainda um pouco mais caricatos do que os norte-americanos. Vide o exemplo de Asterix, ou Spirou.

Porém, não é toda a verdade: Podemos separar nitidamente a escola italiana onde voltam os personagens canônicos e marcadamente presença feminina nos eróticos de Manara e Crepax. Hugo Prat possui um estilo pessoal na aventura, mas é engraçado logo vendo você diz que tem cara de italiano. Uma vertente que podemos separar não por área mas por tema são os ficção: entram aí a Metal Hurlant, onde surgiu Moebius, Barbarela, Mitton, e Serpieri (mais um italiano taradão).

3. Os quadrinhos japoneses voltam novamente à produção em série, e com muita força. Se diz que lá a população inteira lê algum tipo de quadrinhos. É como ver TV. Por isso há um estilo para cada segmento da população. Shonen para o público masculino, Shoujô que é o formato das meninas e os mangá Hentai de sexo.
Aqui os personagens ganharam os contornos caricatos de olhões


Essas são as três regiões geográficas que mais ou menos delimitam as vertentes da produção das histórias em quadrinhos. Lógicamente, muita coisa destoa dessa base geral. Sou da opini


Uma revolução na cultura de massa ocorreu nos anos 60. Os quadrinhos não ficaram para trás, pelo contrário. Os quadrinhos desempenharam papel importante na promoção de novas artes visuais desenvolvendo capas psicodélicas para discos de Rock'n'Roll, anúncios, chamadas para shows e vestuário.

Tem-se nessa época, na Califórnia, a revolução do quadrinho da



A bem ver, o desenho desses novos quadrinistas não é tão novo assim. Relembram exatamente a versão descartada pelos quadrinhos de super-heróis norte-americanos: os cartuns e comics dos anos 30. O desenho de Crumb, os lembra muito. Duas resenhas feitas pelo editor de quadrinhos Rogério de Campos sobre os quadrinhos

A importância dos quadrinhos de contracultura se demonstra na legião de seguidores dessa vertente e nova abordagem de temas para o meio. O Brasil também possui seus representantes nessa área. Os mais famosos são o mestre Laerte, Angeli e Glauco, há o relançamento

É isso galera, finalizei o post. Os Interessados podem procurar mais bibliografia. Há inumeras teses e trabalhos que divulgam algumas coisas que mencionei nesse post. Alguns aspectos são meus pontos de vista (talvez coubesse a mim defender algo :) Sugiro os textos do Rogério de Campos que mencionei. A Antologia do Chiclete com Banana. O Mutareli também.
Esse longo post começou com o propósito de passar apenas esses três links:
Uma enciclopédia de quadrinistas muito boa. Tem muito neguinho aí. A julgar pelo catálogo deve ser a melhor loja de quadrinhos do mundo essa tal de Lambiek em Amsterdam:
http://lambiek.net/home.htm
Algo interessante lançado no Brasil:
http://www.jozz.com.br/
E um post fera sobre quadrinhos alemães de um bloggeiro de Recife (ao que parece):
http://entropius.blogspot.com/2007/05/quadrinhos-alemes.html
Mais achados:
http://euroquadrinhos.wordpress.com
http://www.bulkool.com/blog/
http://www.neorama.com.br/quadrante0011.html
http://digitaldreammachine.blogspot.com/
Pirei no desenho dessa moça:
http://www.jenwang.net/
* Por falar nisso, Frank Miller está dirigindo um filme do Spirt. Corre o risco de ficar mais Miller do que Eisner, mas confio no quadrinista co-diretor de Sin City.
** E Ninguém menos do que Steven Spilberg quer fazer um filme com o famoso detetive Tin Tin, do belga Hergè.
Créditos das Figuras:
1° Menino pregando poster do Spirit. Meu, :) minha homenagem ao Will Eisner
2° Quarteto Fantástico do Jack Kirby
3° P'Gell Femme Fatale do "The Spirit" do Will Eisner.
4° Brincadeira com o Fantasma. Meu. Para quem não sabe o Fantasma é o esírito que anda e nunca morre porque o herói é hereditário, o legado do fantasma passa de pai para filho. No seriado preto e branco de 1943, o primeiro episódio começa com um ator velho onde o calção parece mais uma fralda geriátrica.
5° Página de "Vôo 714 para Sidney" Tin Tin, Hergè.
6° Jogadora de Basquete em aquarela. Meio imcompleto, mas va lá. Meu.
7° A Cláudia gostosona de "Clic" do Milo Manara
8° Astroboy, desenho animado, Tezuka.
9° Página de AKIRA do Otomo.
10° Batman por Bill Sienkiewicz.
11° Menino Maluquinho do Ziraldo.
12º Fritz The Cat de R. Crumb.
13° Alfred E. Newman, famoso garoto da revista Mad. O nome é uma brincadeira com aquele lance de 5 seg de fama.
14° Álbum Cheap Thrills da Janis Jopplin, capa de R. Crumb que era seu amigo.
15° Capa do Comic Book, já esgotado na loja da Conrad.
16° Capa da Zap comix
17° Capa de Chiclete com Banana.
2 comentários:
Bem didático o post. Mas eu confesso que entendo bem mais de ler os quadrinhos (Asterix, Tintin, Hagar, e o pessoal da velha guarda da MAD), do que comparar os estilos!
Porque não apresenta um artigo sobre isso em algum seminário?
Haha! Esta certo, Ricardo, ler é sempre melhor mesmo! Fçao o maximo qe posso!
Quanto a idéia de apresentar... bem acho que sim, se aquele do cigarro passar vou começar a elaborar artigos cada vez mais loucos, hehehe...
Em breve vou atualizar o blog, no aguardo.
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